Mas agora vai
Deixa o vento te seduzir
Deixa o novo sonho te invadir
E não volte nunca mais aqui pra me esperar
Agora vai, lança teu destino em outro mar
Não recues nunca pra ancorar
Nunca pra duvidar
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer tua chama, teus desejos
Mas agora vai
Porque há vida em outra dimensão
Porque há paz no outro coração
Porque com a gente não?
Porque com a gente não?
Agora vai buscar os novos horizontes
Pousar no colo de outros ombros
Saciar a sede do teu corpo louco
É, deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer tua chama, teus desejos
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer tua chama, teus desejos
Vai pra sempre, vai
Ser feliz é uma estrada sem fim
Tens a força que eu nunca atingi
Tens a dor, mas ainda sei que tens a mim
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer tua chama, teus desejos
Isabela Taviani
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
VOAR

Preciso de um ninho
De onde eu possa levantar de manhã cedinho
Voar baixinho
E em um riacho me banhar
Um ninho
Sem portas ou janelas
Quer ser livre para voar
Dentro dessa gaiola não guento mais ficar
Quero usar minhas asas para voar
Chega de alpiste
Quero o gosto do verde
Da conquista
Da descoberta
De novos horizontes
Voar alto, longe
Sentir o vento penetrar
Meu pequenino corpo...
set/2004
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Luz do Sol

Luz do sol
Que a folha traga e traduz
Em ver denovo
Em folha, em graça
Em vida, em força, em luz...
Céu azul
Que venha até
Onde os pés
Tocam a terra
E a terra inspira
E exala seus azuis...
Reza, reza o rio
Córrego pro rio
Rio pro mar
Reza correnteza
Roça a beira
A doura areia...
Marcha um homem
Sobre o chão
Leva no coração
Uma ferida acesa
Dono do sim e do não
Diante da visão
Da infinita beleza...
Finda por ferir com a mão
Essa delicadeza
A coisa mais querida
A glória, da vida...
Gal Costa
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Tempestade
Nuvem Negra
"Não adianta
Me ver sorrir
Espelho meu
Meu riso é seu
Eu estou ilhada
Hoje não ligo a TV
Nem mesmo pra ver o Jô
Não vou sair
Se ligarem não estou
À manhã que vem
Nem bom-dia eu vou dar
Se chegar alguém
A me pedir um favor
Eu não sei
Tá difícil ser eu
Sem reclamar de tudo
Passa a nuvem negra
Larga o dia
E vê se leva o mal
Que me arrasou
Pra que não faça sofrer
Mais ninguém
Esse amor
Que é raro
E é preciso
Pra nos levantar
Me derrubou
Não sabe parar
De crescer
E doer... "
Gal Costa
Não sei se foi efeito da lua cheia, só sei que ontem foi um dia daqueles....Mas passou...nuvem negra que carregou tudo....quase me levou. O que importa é que não fugi não. Balançou mas estou de pé. Firme e ainda mais forte.
Pra que existem as nuvens negras? Pra isso mesmo, pra varrer e levar embora o que tá pesando.
É a saudade que junta com a vontade e as adversidades, feito aquelas gripes. Que dão de uma hora pra outra. Junta tudo. Gelado, friagem, cigarro, garoa...e uma hora ela te pega.
Foi assim, alimentei a falta de um olhar, de um sorriso, de um cheiro. Juntou com a distância, a carência, a ausência e por fim a decepção. Mas nada como um dia após o outro. Clichê que me caiu como uma luva...ahahahaha
Tá vendo como o astral melhorou?
Me ver sorrir
Espelho meu
Meu riso é seu
Eu estou ilhada
Hoje não ligo a TV
Nem mesmo pra ver o Jô
Não vou sair
Se ligarem não estou
À manhã que vem
Nem bom-dia eu vou dar
Se chegar alguém
A me pedir um favor
Eu não sei
Tá difícil ser eu
Sem reclamar de tudo
Passa a nuvem negra
Larga o dia
E vê se leva o mal
Que me arrasou
Pra que não faça sofrer
Mais ninguém
Esse amor
Que é raro
E é preciso
Pra nos levantar
Me derrubou
Não sabe parar
De crescer
E doer... "
Gal Costa
Não sei se foi efeito da lua cheia, só sei que ontem foi um dia daqueles....Mas passou...nuvem negra que carregou tudo....quase me levou. O que importa é que não fugi não. Balançou mas estou de pé. Firme e ainda mais forte.
Pra que existem as nuvens negras? Pra isso mesmo, pra varrer e levar embora o que tá pesando.
É a saudade que junta com a vontade e as adversidades, feito aquelas gripes. Que dão de uma hora pra outra. Junta tudo. Gelado, friagem, cigarro, garoa...e uma hora ela te pega.
Foi assim, alimentei a falta de um olhar, de um sorriso, de um cheiro. Juntou com a distância, a carência, a ausência e por fim a decepção. Mas nada como um dia após o outro. Clichê que me caiu como uma luva...ahahahaha
Tá vendo como o astral melhorou?
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
LUA ADVERSA

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles
Minha homenagem ao eclipse total de hoje!!! lindo!!!
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Paz
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Harmonia natural
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Andar a Pé
Andar a pé, ir em frente
Nas ondas dos ventos, nas ondas
Somos a soma dos tempos
O justo momento do recomeçar
Subir nos ares, lugares, paisagens, instantes
do pensamento
E se acontece, se eu fosse o amor natural,
da sua vida
Ah,
Nem que eu fosse o mais louco cantor,
o mais triste poeta, não diria
Não,
Dessa água eu não quero, não bebo, não provo
Eu não beberia
Todo silêncio do mundo
Não vale o segundo de um beijo
Nem a magia profunda
Tem a ousadia do amor ao chegar
Sonhar futuros instantes paixões que navegam
O dia-a-dia
E se o mistério de tudo, fundão, imprevisto
Virar poesia
Ah,
Nem que eu fosse o mais louco cantor,
o mais triste poeta, não diria
Não,
Dessa água eu não quero, não bebo, não provo
Eu não beberia
Andar a pé, ir em frente
Nas ondas dos ventos, nas ondas
Renato Teixeira
Navegar
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Homem leão
Fluir...
sábado, 16 de fevereiro de 2008
O choro do morro
Simples
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Depois de um dia de trabalho, atravesso a rua, tiro os sapatos e piso na areia. Aproveito para apreciar um dos mais belos espetáculos da natureza: o sol morrer no mar.
Senti uma brisa leve balançar meus cabelos, respirei fundo aquele ar e me senti viva. Meu corpo em total harmonia com a natureza. Fechei os olhos, agradeci a Deus por esse presente que ele nos dá todos os dias e não nos damos conta.
Sentada, contemplo nesse horizonte a magia das cores, o azul, o vermelho, o amarelo, o laranja e o lilás. Minha alma se infla de intensa alegria. Sem perceber começo a rir e rindo vou esticando meu corpo sobre a areia morna. Vou me aconchegando, me espreguiçando, relaxando todas as partes do meu corpo.
Extasiada pelo momento, adormeço. Em sonho vejo a imagem de uma senhora, com seus cabelos brancos. Ela me olha fixamente, um olhar doce. Um sorriso, sorriso de mãe. Alguma coisa nela me lembrou as poucas imagens que eu tinha visto da minha vó Laudelina. Inesperadamente, ela me chama e começa a correr, com uma vitalidade tamanha que eu mal conseguia acompanhá-la. Ofegantes, chegamos à beira de uma cachoeira, pelo barulho sentia a força das águas. Ela me olhou nos olhos novamente e disse “Não tenha medo, deixe aqui tudo que estiver pesando, tudo o que não pode carregar e saia daqui mais leve.” Ao dizer aquelas palavras, tirei imediatamente as roupas e entrei de baixo daquela queda, tão forte, mal conseguia erguer meu pescoço. Com esforço consigo olhar para cima; acordo!
Ao abrir os olhos, poucos minutos haviam se passado , e o sol sumia lentamente. Sem pensar, corri em direção ao mar. Senti meu corpo revitalizado num mergulho! Na mente a certeza de que não há nada como um banho de mar!!!!
Senti uma brisa leve balançar meus cabelos, respirei fundo aquele ar e me senti viva. Meu corpo em total harmonia com a natureza. Fechei os olhos, agradeci a Deus por esse presente que ele nos dá todos os dias e não nos damos conta.
Sentada, contemplo nesse horizonte a magia das cores, o azul, o vermelho, o amarelo, o laranja e o lilás. Minha alma se infla de intensa alegria. Sem perceber começo a rir e rindo vou esticando meu corpo sobre a areia morna. Vou me aconchegando, me espreguiçando, relaxando todas as partes do meu corpo.
Extasiada pelo momento, adormeço. Em sonho vejo a imagem de uma senhora, com seus cabelos brancos. Ela me olha fixamente, um olhar doce. Um sorriso, sorriso de mãe. Alguma coisa nela me lembrou as poucas imagens que eu tinha visto da minha vó Laudelina. Inesperadamente, ela me chama e começa a correr, com uma vitalidade tamanha que eu mal conseguia acompanhá-la. Ofegantes, chegamos à beira de uma cachoeira, pelo barulho sentia a força das águas. Ela me olhou nos olhos novamente e disse “Não tenha medo, deixe aqui tudo que estiver pesando, tudo o que não pode carregar e saia daqui mais leve.” Ao dizer aquelas palavras, tirei imediatamente as roupas e entrei de baixo daquela queda, tão forte, mal conseguia erguer meu pescoço. Com esforço consigo olhar para cima; acordo!
Ao abrir os olhos, poucos minutos haviam se passado , e o sol sumia lentamente. Sem pensar, corri em direção ao mar. Senti meu corpo revitalizado num mergulho! Na mente a certeza de que não há nada como um banho de mar!!!!
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
De noite cantando, — mais doce que a frauta
Quebrando a solidão,
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
Brincando a sorrir.
São meigos infantes, brincando, saltando
Em jogo infantil,
Inquietos, travessos; — causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
Com modo gentil.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,
Às vezes vulcão!
Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
Tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto humedece
Me fazem chorar.
Assim lindo infante, que dorme tranquilo,
Desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
Não pensa — a pensar.
Nas almas tão puras da virgem, do infante,
Às vezes do céu
Cai doce harmonia duma Harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto co'um véu.
Quer sejam saudades, quer sejam desejos
Da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram em causa
Um pranto sem dor.
Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
De vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
Com tanto pudor.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.
Gonçalves Dias
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
De noite cantando, — mais doce que a frauta
Quebrando a solidão,
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
Brincando a sorrir.
São meigos infantes, brincando, saltando
Em jogo infantil,
Inquietos, travessos; — causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
Com modo gentil.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,
Às vezes vulcão!
Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
Tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto humedece
Me fazem chorar.
Assim lindo infante, que dorme tranquilo,
Desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
Não pensa — a pensar.
Nas almas tão puras da virgem, do infante,
Às vezes do céu
Cai doce harmonia duma Harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto co'um véu.
Quer sejam saudades, quer sejam desejos
Da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram em causa
Um pranto sem dor.
Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
De vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
Com tanto pudor.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.
Gonçalves Dias
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Eu que não sei quase nada do mar....
Garimpeira da beleza, te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer.
Eu que não sei quase nada do mar descobri que não sei nada de mim
Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer.
Eu que não sei quase nada do mar descobri que não sei nada de mim
Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão

Me agarrei em seus cabelos, sua boca quente pra não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas como faz o mar
E vem me bebendo toda me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer
Eu que não sei quase nada do mar descobri que não sei nada de mim
Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão
(Maria Bethania)